sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Dança de que?!!

Sempre fui do tipo dançarina. Quando eu era criança, sonhava em fazer ballet. Até ver que meus pés não suportaria tantos hematomas e, cá entre nós, eu não tenho tanta diciplina para uma dança tão certinha. Desisti do Ballet e comecei a fazer Jazz que seria o mais próximo possível da tão clássica dancinha do colant rosa, sem detonar meus pés. Gostei muito dos dez meses que passei entre meias pontas e pliês. Saí porque mudou o horário da escolinha, não dava para conciliar tudo.

Quando entrei no colégio, cursando o ensino médio, paras as aulas de educação física podia escolher entre judô, ginástica básica ou dança de rua. Não pensei duas vezes: apesar de Dança de Rua não ser bem o estilo clássico feminino-meigo-bunitinho que eu sempre procurava, resolvi tentar mesmo assim. E o pior é que eu gostei desse estilo também. Isso porque a professora num focava muito na firmeza da Dança de rua, era mais estilo leve, bem parecido com o Jazz que já havia tentado. Isso e o fato de a única coreografia elaborada fora ao som da clássica "We will rock you" do Queen. Claro que, para ter batidas suficientes para uma dança, essa foi feita pela versão da boyband "Five", infelizmente. Adoraria dançar ao som da original. Bem, de qualquer maneira, acabou o ensino médio e acabou a aula de dança. Pelo menos para mim. Daí faz anos que eu tento entrar no Jazz de novo, mas nunca sobra tempo ou dinheiro.

Foi então que eu descobri a minha mais nova paixão: a Dança do Ventre. O que me pareceu, ao princípio, uma dança apelativamente sensual e de origem machista, onde mulheres dançavam pelo prazer e entretenimento dos seus "donos", é na verdade, uma genuína manifestação feminista.

No princípio, lá pelos meados de 6000 a.C., as primeiras bailarinas arriscavam os passinhos da dança, em rituais de fertilidade, cultuando a Grande Mãe. Depois, no Egito surgiu a "Raqs Sharqi" que seria "dança do Leste", onde as grandes sacerdotisas dançavam em rituais de adoração à deusa Isis (minha favorita), também conhecida como Rainha ou Mãe do Egito. Esses rituais serviam para preparar as mulheres para gestação e parto. Os movimentos da dança fortalecem os musculos utilizados na hora do parto, por isso a dança é conhecida como "dança do ventre". A verdade é que somente as consideradas cultas demais para época, as sacerdotisas, poetisas, musicistas e afins que dançavam a Raqs Sharqi. Era uma manifestação da importância, graça e força da mulher. A ideia de submissão, ligação à prostituição surgiu bem depois, foi um deturpação da ideia original. Quando Napoleão invadiu o Egito ele decapitou mais de 400 bailarinas, por considerar a dança muito impura, com denotações sexuais. Mas isso é outra história.


O fato é que eu estou adorando essa minha mais nova fixação.
E olha que só estou fazendo aula há uma semana...

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